Música – Morreu pra você, desnaturado

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mj1

Por uns minutos estive certo de que não havia mais clima pra realizar uma Festa Junina. As comidas, bebidas e festividades em nada mais me interessavam.

A dor era tão intensa que tive que recorrer aos meus velhos discos de vinil e a um copo duplo de Hi Fi para amparem minha sofrida alma. Mas tamanha tristeza não é superada apenas com muletas, precisa-se de mais.

Nessa hora lembrei-me do também imortal Vilibaldo Alves quando disse “As lágrimas correm sobre minha face”. Foi para o Atlético. Também sofrido. Também amado. Também idolatrado. De passado também glorioso. Também Preto. Também Branco.

Ele morreu. O Peter Pan de Chicago morreu. Morreu menino, pois sempre se recusou a crescer. E a Terra do Nunca nunca mais será a mesma.

Morreu em casa. Subitamente. Não teve a emoção de James Dean, a glória de Senna, a mística de Elvis ou mesmo o estrelato de Jimi Hendrix. Enfartou sozinho. Procurou na morte a simplicidade que não teve na vida.

Recompondo-me das lágrimas percebo o egoísmo desumano que seria praticado ao deixar de celebrar, também na morte, as inúmeras alegrias que o Rei do Pop nos proporcionou ao longo de nossas vidas. A Festa está mantida. E vai ser épica, única e empolgante, regada a Billie Jean, Beat It, Thriller, Bad e tudo a que temos direito. É a melhor homenagem que poderíamos prestar.

Sabe-se que uma pessoa é Rei quando, mesmo em baixa, morre em alta. O mundo hoje é órfão de uma pessoa que fez sucesso há 20 anos e que, pelos últimos anos de sua vida, deve chegar ao céu de costas.

É ruim? Não se for de moonwalk.

Leo

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