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Tecnologia – A dificil (impossível) tarefa de pegar um bom celular

janeiro 27, 2011

Pobre de mim, pobre de nós, réles mortais, brasileiros e com algum juízo financeiro. Mas se o Iphone 4 brasileiro é o mais caro do mundo, não seria legal a Apple encher nossas lojas com o produto para que todo mundo cometesse a irresponsabilidade de comprar essa maravilha da engenharia moderna? Porque então é diferente?

Tempos atrás vi uma propaganda de um celular resistente a queda, poeira e água. Além disso ainda era um elegante smartphone com gigantesca tela touchscreen, vidro gorila não sei das quantas, wifi, bluetooth e o capeta! Eita, pensei, vou querer um esquema desse! Uma vez que a Apple não me permite o luxo e a alegria de desfrutar de um dos seus aparelhos top de linha, vou me contentar com esse modesto e simpático Motorola Defy.

Coitado de mim, fui na loja da Claro e a mulher falou que estava em falta. Perguntei a quanto sairia para mim (um dos trouxas que tem linha, paga assinatura e não tem promoção de nada (*)) e ela disse: “R$290,00”. O que???? Um aparelho filé desses a 290?? Nossa senhora, eu quero!!

(*) Na verdade só temos direito a promoção de aparelho de tempos em tempos. Quando sua alma fica presa a eles e eles podem deitar e rolar.

Já que perguntar não ofende, e o Iphone com desconto? -R$1500,00.

-Ah, adoro o Defy.

Pois bem, sabendo da luta e imaginando o sucesso do aparelho, uma vez que se tratava aparentemente de um excelente smartphone de baixo custo, resolvi conter a emoção e esperar alguns dias e semanas. Foi então que, dado este tempo depois, o meu atual celular guerreiro (que já tem uma incômoda mancha negra na tela fruto de um golpe de misericórdia da última queda que sofreu) resolveu também começar a desligar sozinho. Ótimo – pensei – sinal do Deus dos celulares de que o tempo de esperar acabou, é hora de evoluir.

Assim chegamos ao dia de hoje, quer dizer, antes disso chegamos a quinta-feira da semana passada. Fui na loja da Claro na Savassi, em Belo Horizonte e uma moça me disse que o Defy ainda estava em falta mas que poderia chegar na próxima quinta-feira (hoje). O que me preocupa é sempre o tempo do verbo, ‘poderia’ chegar. E isso nos trás finalmente ao fatídico 27 de janeiro de 2011.

Revoltado, ancioso e desconfiado da vida resolvi tentar a sorte na loja da Claro do BH Shopping, em vão. A moça confirmou que o Defy está sendo muito procurado e não bastasse o fato, ainda havia várias semanas que não chegava remessa nova. Voltamos então à questão Apple: “Porque que justamente o produto que faz sucesso e todo mundo quer, FALTA NAS LOJAS??” Eu juro que não entendo.

No lugar do Defy trouxeram então o Motorola Spice, Nokia C3 e Nokia não sei quem. Olhei pra eles, eles olharam pra mim, olhei novamente pra eles, eles olharam novamente pra mim… mas não teve tesão. Se fosse pra ser assim, eu ficava com meu velho desligante LCD quebrado mesmo.

Foi então que enchi o peito de ar, segurei uma mão na outra, olhei no fundo dos olhos da atendente e perguntei: “E o Samsung Galaxy?”
Ela sentiu a pressão na hora! Recolheu todos os celulares do balcão, me chamou mais perto e disse: “Samsung Galaxy S?” em tom sedutor. Eu confirmei com a euforia e insegurança de quem está prestes a cometer a tal tão temida irresponsabilidade financeira da qual o sistema tanto gosta:
-Sairia a R$1000,00 para o senhor, dividido em até 3x maaaaaaaaaaaaaaaas, não tem.

-Não tem?? E nem previsão?

-Bingo!

Toma no c*! – pensei. Hoje em dia, nem se você quiser fazer uma loucura tecnológica você pode. Já que já estava todo cagado mesmo arrisquei novamente, e o Iphone 4?

-Também não – disse a moça em tom de despedida. “-Mas, se você for em outra loja Claro, não deve encontrar o Defy, mas esses dois com certeza.”

Sai com o sangue quente e as mãos tremendo em busca do próximo shopping mais próximo antes que a fantasia acabasse. Fui ao Diammond Mall. Lá chegando encontrei uma Loja da Claro jogada às traças com apenas um atendente, um cliente e um recepcionista. Mais ninguém! Um cenário perfeito para um crime contra o sistema financeiro (o meu), sem testemunhas e sem lero-lero.

Me apresentei ao recepcionista dizendo logo que gostaria de trocar de aparelho. Ele então numa atitude nada delicada (e incrivelmente desdenhada ao cliente) fechou a cara e disse:

-Qual aparelho você quer?

-Defy, eu disse.

-Não tem.

Como assim não tem? Não tem e acabou? Não vai nem me convidar pra sentar nessa sua loja pobre, vazia, cafona e tentar me empurrar um outro aparelho qualquer que me amarre à operadora por outros 12 meses?? Simplesmente não tem e tchau? Isso não vai ficar assim.

-E o Galaxy S?-Não tem.

FDP!

-E o Iphone4?

-Qual o seu plano? – perguntou a simpatia em pessoa, e quando eu respondi achei que iria ter uma crise de riso ou chamar o segurança para me varrer dali.

Ah quer saber? Cansei! Fritei! Desisto. Quem precisa de um celular novo mesmo? E se bobear, o Nokia C3 deve ser bem melhor que qualquer Iphone, Galaxy S ou Motorola Defy da praça!

Será? 😦

Co-co-co-co-cocaine!

maio 18, 2009

Ouvindo Queens of The Stone Age – Feel Good Hit of The Summer

Iphone Cocaine Simulator

Tecnologia – A Palm contra-ataca

fevereiro 7, 2009

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Faz pouco tempo (coisa de umas duas semanas), a Palm resurgiu das trevas e botou lenha no acirradíssimo mercado de smartphones. O seu tão esperado novo aparelho de ponta finalmente foi apresentado ao público e não decepcionou, bateu de frente com o Iphone

Design elegante, hardware de primeira e sistema operacional inovador, içaram o Palm Pre à condição de ‘bola da vez‘ em rodinhas de fofocas tecnológicas. 

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Conseguirá este, derrubar a Apple e, o mais difícil, tirar a Palm da alcunha de EX-empresa de sucesso? Só o tempo dirá. Apesar de ainda ter fans espalhados pelo mundo o fato é que a Palm não só deixou a concorrência passar à frente como decepcionou os próprios filhos. Eu mesmo sou ressentido com ela e não vai ser qualquer aparelhozinho que vai fazer eu quebrar a promessa de nunca mais falar bem deste nome. 

Agora.., nunca diga nunca.

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Visite o HOTSITE do aparelho.

Tecnologia – Lifedrive

novembro 15, 2008

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O Brasil espera ancioso o início das vendas oficiais do IPhone, o revolucionário celular da Apple. Mas muito antes dele já existia um segmento de aparelhos que anunciavam a revolução. Quem acompanhou a evolução dos palmtops com certeza não se surpreendeu com o Iphone porque afinal de contas ele só uniu duas tendências: o celular e o palm criando assim o smartphone. Na verdade o Iphone não foi nem o primeiro a fazer isso mas devido a uma grande sacada de marketing, bom gosto e inovação técnica conseguiu ser lembrado como o divisor de águas, e também não deixa de ser mérito seu a popularização destas novas tecnologias.

Mas vamos voltar no início de tudo. Quem não se lembra das antigas agendas eletrônicas? Eu mesmo ganhei uma em “mil novecentos e vó-lú-sambando” e ela era a sensação tecnológica do momento por onde passava.  Seu visor tinha 2 linhas de texto e meia dúzia de colunas. A memória era suficiente para guardar aproximadamente 100 números de telefone, algumas datas de aniversário e alguns compromissos com alarme. Era uma verdadeira mão-na-roda. Depois de alguns anos (eu disse anos!) ela cooomeçou a ficar obsoleta e foram surgindo modelos melhores. Um dia vi uma agenda nova da minha mãe e fiquei encantado. O visor era muuito maior, a memória muuito melhor e tinha muuito mais funções. Claro que isso tudo, se comparado ao celular mais chulé que se tenha notícia de hoje, vira piada, mas mesmo assim pra época era show.

Não sei quando foi exatamente que os primeiros palmtops surgiram, mas vieram como evolução destes equipamentos, ou seja, eram agendas eletrônicas que foram ganhando recursos, funções e super poderes. Um dos primeiros e mais notáveis poderes que os palms ganharam foi a tela sensível ao toque. Nasceu assim a famosa touch screen e sua inseparável caneta stylus. Uma das boas jogadas do Iphone foi explorar ao máximo a touch screen além de aposentar a stylus, agora tudo é feito com os próprios dedos.

Os palms foram assim se re-inventando e consquistando cada vez mais admiradores ao redor do mundo. Uma empresa que se destacou na corrida foi justamente, a Palm, referência mundial no assunto. Enquanto os primeiros celulares eram desenhados, os palms foram somando recursos. Ganharam tela grande, visor colorido, mais memória, leitor de cartão, conectividade sem fio e por aí vai. Um dos últimos modelos badalados que a Palm lançou, o Lifedrive, era praticamente um computador completo. Tinha processador, memória RAM, disco rídigo, leitor de cartão, sistema operacional, Bluetooth, Infravermelho além de tocar música, video executar programas e o pacote office com direito a documentos do Word, PowerPoint e Excel. Só faltavam nele 3 coisas: câmera, telefone e… funcionar.

Na época que foi lançado o Lifedrive era anunciado como a próxima etapa da evolução e a concorrência demoraria séculos para atingir o mesmo nível de maturidade que este aparelho representava. Além da tela gigantesca (do tamanho do Iphone) seu maior trunfo era um micro-hd de 4GB de capacidade. Comparado aos seus antecessores (com memória interna de 256MB) este HD era uma infinidade de espaço. Mas infelizmente parece que logo ele foi um dos motivos pelo qual o Lifedrive afundou. O tal micro-HD, justamente por ser HD, possuía partes móveis que, esquentavam muito, aumentavam consumo de bateria e aumentavam o tempo de resposta do sistema, ou seja, tornava as operações mais lentas fazendo a máquina ficar “pensando” muito. Como se não bastasse, o HD era mais suceptível a pancadas e isso gerava perdas de dados e resets constantes no sistema (não raro sendo o format a única opção).

Assim a Palm aprendeu da pior maneira possível que os micro-HDs talvez não fossem lá uma boa solução. Enquanto isso o resto do mundo focava no aperfeiçoamento das memórias flash que exigem menos bateria, tem acesso mais rápido e são mais resistentes a pancadas.

Além de tudo já citado o Lifedrive ainda reservou algumas surpresas para o fim. Parece que uma série teve problemas de bateria e com isso o palm simplesmente morria. Morria mesmo. Não adianta usar ligado na tomada, dar reset, warm-reset, full-reset, chute-queda-xingo-pisada-reset, nada. A única solução era mandar para assistência técnica (e adivinha? Se não estivesse na garantia o preço era 400 reais independente do problema). O negócio foi tão feio que a Europa chegou a proibir a comercialização do Lifedrive.

Junto com estes problemas (logo no seu modelo top de linha) a Palm foi aos poucos se apagando, apagando até que ninguém hoje lembra mais. Recentemente lançaram o Palm Centro que é quase uma piada. Em comparação a qualquer celular “melhorzinho”, toma de lavada.

No caminho natural das coisas (e da tecnologia) tem sempre uma empresa por cima e outra por baixo. Ontem a Palm estava por cima, hoje talvez seja a Apple. Mas o que me deixou mais chateado com esta história do Lifedrive foi o feedback da Palm acerca de seu aparelho que notoriamente veio cheio de problemas. Sabe qual foi a resposta dela para quem comprou o produto top de linha e agora enfrentava problemas por ter confiado na empresa?

Sentimos muito” – em outras palavras – ema, ema, ema, cada com seus problemas(*).

(*) Sim, eu tenho um Lifedrive com menos de um ano de uso estragado na gaveta e esperando a decisão: ir mais uma vez para manutenção ou içar vôo livre pela janela?

PS: Menos de um ano de uso afinal de contas o tempo que ficou na garantia em SP não conta. E foi pra lá 2 vezes.