Posts Tagged ‘legião urbana’

Pyongyang

maio 28, 2009

em

Depois de 20 anos na escola não é difícil aprender todas as manhas do seu jogo sujo. não é assim que tem que ser?

Vamos fazer nosso dever de casa aí então vocês vão ver, suas crianças derrubando reis, fazer comédia no cinema com as suas leis.

Hino Nacional

abril 13, 2009

bandeira

No país do faz de conta e das leis rígidas e exemplares (no papel), o símbolo máximo sonhado pela hipocrisia brasileira completa 100 anos, o Hino Nacional.

E dá-lhe Congresso e Parlamentares ditando as rédeas do comportamento ético de quem tem a chance de fazer qualquer diferença.

Renato Russo já dizia: ‘ninguém respeita a constituição mas todos acreditam no futuro da nação’

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
– Paz no futuro e glória no passado.

Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Antes fosse…

abril 8, 2009

dead

Esta semana, dia 5 de abril, completaram 15 anos da morte de Kurt Cobain. Ele foi um dos primeiros artistas contemporâneos cuja morte me lembro. Aliás, passei a ouvir o Nirvana devido a tamanha comoção ao redor da notícia.

Me lembro da retrospectiva daquele ano (94) quando um dos destaques foi a morte do cantor que influenciou milhares de pessoas e criou um movimento na música mundial, o Grunge. Depois disso, quando a MTV “comemorava” meses do acontecido, resolvi assistir alguns especiais e, inevitavelmente, virei fã.

A morte de Renato Russo ouvi pelo rádio. Foi mais ou menos a mesma história do Nirvana. Não conhecia seu trabalho e comecei a destrinchar mesmo após a morte. Já o Mamonas, esse eu conhecia bem (e quem não?), minha irmã então novinha me deu a notícia com os olhos cheios de lágrimas.

Também me lembro do Chico Science. Estava viajando e não sabia de nada quando de repente uma ligação do meu irmão me revelam duas trágicas notícias: 1-Max saiu do Sepultura; 2-Chico Science morreu. Meses antes ouvi na rádio “Chico Science e Nação Zumbi tocam em Belo Horizonte pela segunda vez em menos de um mês!“, pensei, ‘se estão vindo direto, oportunidade é o que não vai faltar’. E faltou, até hoje me arrependo.

Já a Cássia Eller eu estava na praia. Morreu no reveillón. Lembro de estar sentado num boteco quando um menino passou vendendo um jornal de longe que trazia alguma notícia sobre a Cássia na capa, achei que se tratava de algum show importante na virada (realmente ela ia fazer o reveillón de Copacabana). No outro dia o Scooby, com a sua delicadeza que lhe é peculiar me disse: “…e a Cássia hein? Foi pro saco!”

Um dia resolvi perguntar pessoas mais velhas sobre como foi a notícia e repercussão da morte de pessoas famosas. Eu mesmo nasci num dia trágico. Essa história quem conta é meu pai, no dia 9 de julho de 1980 se apaga uma estrela e outra se acende. Morria Vinícius de Morais e eu nascia. hehe

Mas nada foi mais forte e sincero que o depoimento do meu querido Tio Zinho a respeito da morte de seu maior ídolo. Em suas palavras:

Zinho: “eu estava em alguma boate em Belo Horizonte quando Miltinho veio correndo afobado e dizendo ‘Zinho você não sabe quem morreu’. Pelo jeito que veio achei até que fosse alguém da família, tomei coragem e perguntei ‘Quem? Fala logo!” Ele disse: John Lennon. -Puuuta que pariu!!, desabafei, antes fosse alguém da família.

Música – A Legião no Jô

dezembro 27, 2008

legiao_jo

Durante décadas assistir ao Jô Soares era garantia de bom entretenimento mas ultimamente está um pouco chato. Não sei se sou eu ou se é ele, só sei que não tenho paciência mais pra piadinhas, não deixar o entrevistado falar e tudo isso que aqueles que não gostam ficam dizendo.

Estava então pulando de video para video no YouTube e achei uma entrevista do Legião Urbana no Jô em 1994! Eu não sabia que a Legião tinha ido lá, e pior, foram duas vezes.

Pra quem curte a banda vale a pena assistir e matar a saudade. Em 1994 Renato Russo estava quieto e falando sobre o sucesso do seu tratamento contra drogas e contra depressão. Estava com medo de ter o mesmo fim de Kurt Cobain (que suicidara naquele ano). O triste é constatar que dois anos depois, afundado em depressão, o próprio Renato se entregou na luta contra a Aids.

Já o programa de 1989 mostra um Renato mais falante e descontraído. No YouTube tem os 4 blocos da entrevista.

Falando em Legião acabo de me lembrar de uma história que meu pai me contou. Disse que uma vez estava conversando com uma senhora simpática sobre ‘filhos’ (imagino que o assunto deveria ser filhos problema ou filhos desmotivados) e então a senhora disse o seguinte: “..lá em casa eu sempre briguei com os meninos por causa de escola. Tinha um que era estudioso, esforçado e brilhante. Virou engenheiro e hoje ta aí, cheio de dívida e vive com a corda no pescoço. Já o outro, o que gostava de violão, cansei de brigar com ele… O que aconteceu? Coleciona fazendas.” E ela era mãe de quem? Dado Villa-Lobos, guitarrista da Legião Urbana.

Isso me lembra a história do violão de John Lennon. Parece que uma tia deu a ele seu primeiro violão mas antes, fez questão de escrever no verso “lembre-se este instrumento nunca vai te levar a lugar nenhum na vida

1994

1989

Música – Pop Rock Brasil 2008 – 25 anos

novembro 9, 2008

poprock2

Quando eu completei lá pelos meus 5, 6 anos de Pop Rock Brasil, já tinha uma certa idade nas costas e causava um alvoroço em casa quando dizia que estava indo pro show. O pessoal criticava dizendo que eu estava muito velho praquilo mas eu não ligava. O meu amor à música é incondicional e atemporal. Pretendo com meus 100 anos (amém) continuar frequentando os shows que possam existir na época. Mas o fato é que o próprio Pop Rock começou a desmoronar e então eu me prometi: “vou completar 10 anos!“. Infelizmente a história foi um pouquinho diferente e o festival ficou tão ruim que quebrei a promessa no 8o.

Em 1983, o Pop Rock Brasil se chamava apenas Rock Brasil e era um festival completamente diferente do que temos hoje. Tá certo que o Brasil e principalmente o cenário musical em Belo Horizonte estão diferentes mas mesmo assim a análise é válida. Não vivi esta época mas tenho relato de primos que dizem que os melhores shows que assistiram foram aí, a exemplo de Titãs, Barão Vermelho e Paralamas. O rock nacional estava agitado vivendo a glória do “Rock 80“.

Em 1994, só de ver as bandas que fizeram parte do ‘cast‘, percebe-se a preocupação do festival em promover a cena e firmar BH como cidade rock. Bandas como Raimundos, Chico Science, O Rappa e Virna Lisi, todas elas que estavam começando e não tinham estourado no cenário nacional, tocaram no Festival que comprovava seu pioneirismo e bom gosto.

Os anos de 1995 e 1996 passaram batido e não aconteceu o show. Talvez por crise, dificuldades financeiras, alta do dólar e do petróleo.. Eles tiveram que repensar na vida. Talvez o Rock Brasil não estivesse sendo lucrativo o suficiente. Então, em 1997, retomaram o projeto com algumas alterações. A começar pelo nome, virou POP ROCK BRASIL. Nesta primeira edição é possível perceber os novos conceitos por trás da festa e a lucratividade parece que passou a imperar. Eram dois dias de show (como de costume) mas o primeiro foi DIA DO AXÉ e o segundo DIA DO POP ROCK.

Dia do Axé???? Fala sério!!! Mas é verdade. Bandas como Cheiro de Amor, Daniela Mercury, Nepal e Pimenta Nativa tocaram neste ano. Este foi o meu primeiro Pop Rock e eu só fui no segundo dia, aonde tivemos Engenheiros do Hawai, Paralamas do Sucesso, Skank, Pato Fu e etc.

De lá pra cá foram muitos Pop Rock, muita festa, muito show, muita alegria e bons momentos. Me lembro de shows memoráveis como Cássia Eller, Planet Hemp, Sepultura (quem diria), Raimundos, Charlie Brown, Los Hermanos, Skank, Titâs, Capital Inicial, Ultraje a Rigor, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, O Rappa e até Angra.

 

Coleção de Ingressos

Coleção de Ingressos

O problema começou quando as bandas que tocavam começaram a se repetir. Parece que o cenário nacional estava em crise então eles escalavam sempre os mesmos artistas, afinal de contas não se mexe em time que está ganhando. Me lembro bem do Biquini Cavadão dizendo “hoje é o 10o Pop Rock que nós tocamos!!“. Credo! O pior é que nesse meio tempo o Biquini quase não lançou discos e então o seu show é sempre baseado nos clássicos de uma época que já foi. No primeiro ano você vê a banda tocando Vento Ventania, Zé Ninguém, Impossível, Timidez e acha legal pra caramba. Dez anos depois eles estão tocando as mesmas músicas na mesma ordem e querendo manter a emoção?? Ah, pára ô!

Outro que cansou foi o Capital Inicial. Depois que ressurgiram das trevas com o Acústico MTV fizeram uns 3 shows bons no Pop Rock, os outros 200 foram mais ou menos iguais. Com isso o festival foi cansando a paciência de quem era fiel. Não tinha novidades, era sempre a mesma coisa. Entrava uma banda diferente aqui, outra ali, mas o esqueleto sempre o mesmo. Engenheiros-Capital-Titãs; Engenheiros-Capital-Titãs; Engenheiros-Capital-Paralamas; Biquini-Capital-Paralamas; Biquini-Nenhum de Nós-Paralamas; Biquini-Pitty-Capital. E por aí vai…

De todas as edições que fui, aquela que lembro com mais saudade foi o Pop Rock de 1999 Tributo à Legião Urbana. Inesquecível. “Com vocês, abrindo o Pop Rock Brasil, Legião Urbana!!” Todo mundo fez um minuto de silêncio e pôs a mão no coração, de repente um video de Renato Russo sozinho tocando violão apareceu e a emoção foi forte. Além disso todas as bandas eram obrigadas a tocar uma música da Legião e vieram performances maravilhosas como Cidade Negra cantando Tempo Perdido, Lulu Santos (lendo a letra) cantou Índios, Wilson Sideral (até tú tatu) cantando Pais e Filhos, Raimundos tocou Fábrica, Pato Fu tocou Eu Sei, Capital, Biquini e Paralamas tocaram Que País É Este e a mais difícil de todas, Faroeste Caboclo, foi magistralmente executada por Tianastácia.

 

O melhor Pop Rock

O melhor Pop Rock

Neste ano o Tianastácia havia sido o ganhador do “COMBATE(*) da época” para tocar no Palco Principal e acabou emocionando a platéia. Eu já era fã da banda e estava ancioso pelo show. Já o grande público talvez conhecesse Cabrobró. A banda tinha (se não me engano) 30 min para tocar e eles não quiseram errar a mão, tocaram uns 3 de seus ‘sucessos’ e partiram pra homenagem mandando de Faroeste. Ainda sobrava tempo. O que viria? Nos shows próprios eles costumavam tocar Killing in The Name do Rage Against The Machine então os fans presentes pediram a música em côro. Mas para surpresa geral eles resolveram variar e tocaram Rage, como esperado, porém a música foi outra: Bulls On Parade. Eu podia ter morrido ali.

Fora o problema das atrações principais do Pop Rock outras coisas tiravam o brilho da festa. A cada ano o ingresso ficava mais caro. A maldita ‘área VIP‘ ficava cada vez maior (lá na frente do palco). O preço das bebidas lá dentro beirava o absurdo. E um belo ano trocaram os belos sanduíches engordurados de pernil pela franquia McDonald´s. Como se não bastasse, a idade do público que frequentava começou a cair vertiginosamente. Hoje a idade mínima deve ser 9 anos e na propaganda diz “Traga seu pai e sua mãe!“. As bandas finalmente foram alteradas (algumas continuam claro) e agora o lema é agradar o público teen.

Esta 25a edição do Pop Rock é um trunfo do marketing e da comunicação de massa voltada para a máxima lucratividade. Eu imagino que não é fácil manter um festival durante tantos anos mas quer saber, me inclua fora desta!

Um amigo (satanás em pele de cordeiro) veio me tentar: “Tenho duas cortesias de camarote com bebida liberada pro sábado de Pop Rock, bora??“. Ai ai ai… isso não se oferece. Pensei em ir para fazer uma análise fria, ácida e objetiva de tudo o quanto fosse podre que estivesse por ali mas ao ver as bandas desanimei e fui fiel ao meu ideal. As bandas eram: Jack Tequila, Manitu, Sideral, Código B, NX Zero, Jota Quest e Maroon 5. Intragáveis! Cada uma merecia um post próprio mas não vem ao caso. Vamos nos concentrar então na atração internacional: Maroon 5.

This love has taken its toll on me, she said goodbye, too many times before…“. Sabe como que chama isso? One hit wonder. É quando uma banda só tem uma música. Não conheço, não quero conhecer e tenho raiva de quem conhece as outras músicas deles. Tá bom, eu até ouvi por alto mas só reforçou a suspeita. Como uma grande one hit wonder band, aproveitaram para vir ao Brasil e ganhar uns trocados antes que a fase passe.

Já o show de domingo reserva uma doce e inacreditável surpresa que, este sim, merece um post próprio(**). The Offspring. A pergunta que vem é, “O Offspring caiu ou o Pop Rock melhorou?

E alguém ainda tem dúvida?

poprock

(*) Disputa entre bandas independentes para tocar no Pop Rock.

(**) Vou me esforçar para ouvir o show do Offspring pela rádio, pela internet ou depois no YouTube e aí sim escrevo a respeito.