Posts Tagged ‘offspring’

Música – Offspring em BH [2]

maio 8, 2015

Finalmente chegou o grande dia e eu ainda estava naquela de “vou” “não vou” devido a falta de companheiros dispostos a encarar a missão que na verdade nem foi das mais tenebrosas, uma vez que tomar cerveja e ver uma boa banda ao vivo, sossegado, encostado num cantinho da pista, não há de ser nunca um mal programa. É claro que no meio destas linhas tinha um indigesto e salgado ingresso, além da antipatia contumaz de uma típica quarta-feira.

Chutei o balde e fui. Meus temores começaram a se concretizar logo de cara e foi muito engraçado (triste) se ver tão dissonante (velho) no cenário (horda de adolescentes com camisa preta). Antes assim.

Peguei uma cervejinha e fui humilde pra pista tentar uma boa visão sem atrapalhar ninguém (aquelas rodinhas de mosh que acontecem quando a energia se concentra num ponto sabe? Então, vamos passar longe.)

E não demorou os caras entraram no palco. Nada de cabelo vermelho moicano, rapado com parafina pra cima. Não fossem algumas tatuagens e os instrumentos em punho, eu diria que era o Vinny on stage.

Dexter Holland (à dir.) todo almofadinha pagando de Vinny (à esq.)

Dexter Holland (à dir.) todo almofadinha pagando de Vinny (à esq.)

Como disse no post anterior não tinha grandes expectativas com o show mas esperava ansiosamente que pelo menos alguns clássicos do Smash rolassem e, por que não, minha querida Bad Habit.

Foi então que, logo de cara, iniciaram a apresentação com a porrada All I Want. Seguida de, ninguém mais, ninguem menos que BAD HABIT! E como se não bastasse logo a terceira música foi Come Out And Play! Ao mesmo tempo que a feliz sequência pudesse apontar para uma noite lendária me veio aquela pontada de preocupação: “já tocaram 90% do que eu vim ver”.

E foi dito e feito. Depois disso vieram diversas coisas esquisitas e outras mesmo bobas, como as já citadas Pretty Fly e Get A Job (levaram o público à loucura).

Saquei que o show era isso e me contentei a simplesmente esperar pelo final que, ao que tudo indicava seria com Self Steem. Antes do fim ainda fui muito bem surpreendido pela bela The Kids Aren´t Allright, que àquela altura da noite meu mal humor já tinha limpado das expectativas. Foi bem bacana. Aí veio mais uma e fechou a conta com Self Steem.

Resumindo, missão cumprida, todos felizes e Offspring nunca mais.

O Tempo – Offspring faz show agitado em BH na abertura da turnê brasileira

Música – Offspring em BH

janeiro 19, 2014

Eu não sou punk! Nunca fui. Não usei cabelo vermelho, rosa, verde, com parafina, corrente, calça rasgada, piercing, nada disso. No máximo um jeans surrado, um tênis furado e uma camisa preta de banda. E um cabelo desdrenhado. Mas nada radical, nada punk.

Apesar disso eu simpatizo com a idéia, com a filosofia, com o foda-se e principalmente, com o ritmo musical.

O punk enquanto ritmo são aqueles três acordes mal tocados, uma bateria acelerada e um meliante se esganiçando e provocando ao microfone.

O punk, penso, nasceu com os Sex Pistols na Inglaterra e virou Ramones na América. Gosto e respeito os dois.

Diga-se de passagem, “Ramones” não é uma marca de grife para estampar camisetas femininas, da mesma forma como é ridículo lojas caras venderem jeans rasgados e justamente por serem rasgados, são muito mais caros.

O que diriam os velhos punks mendigos que só tiveram um jeans na vida se pudessem receber royalties pela exploração comercial da moda que eles lançaram?

Meus primeiros contatos com o mundo do rock não vieram pelo Ramones ou Sex Pistols, mas sim pelo Green Day e pela MTV. E na época, Green Day era chamado de punk. Hoje eu tenho maturidade o suficiente para entender que, talvez um dia eles tenham brincado disso mas, naaa, deixa.

O punk de verdade, todos sabem, vai muito além da sonoridade e está muito mais ligado à atitude.

Está aí o Jim Morrisson, um grande e verdadeiro punk. Um baderneiro. Um cara que liga o foda-se sem desfazer o cabelo e no entanto o The Doors não é uma banda punk.

Mas o Green Day é. Ou era. Ou queriam que fosse.

O fato é que a primeira vez que ouvi When I Come Around achei muito legal e comprei o Dookie.

Considero, até hoje, o Dookie um dos meus melhores discos. Mas não acho que seja um disco puuuunk por assim dizer. É sim um disco cujo ritmo punk-rock é muito bem feito. Tá certo que os integrantes deviam ser uns drogados vivendo loucamente a juventude e o rock and roll e isso está intimamente ligado ao universo punk mas ainda sim rolava um quê de MTV demais. E ainda rola né.

Enfim, depois do Green Day busquei outras referências punk e acabei trombando com o Offspring cujos especialistas juravam que era muuuito melhor.

Comprei um tal de Smash e, PQP, que disco! Virei fã. Melhor ou pior que o Dookie? Não sei, esses rankings cansam. O importante era que eu tinha uma nova banda a adorar.

Foi então que depois do Smash lançaram Ixnay on the Hombre e achei bacana. Não conseguiram repetir a uniformidade de músicas boas do Smash mas ainda assim tinha Mota, Me and My Old Lady e o hit-MTV ‘All I want’.

Acho que foi aí que a coisa desandou, MTV!

O próximo disco, Americana, veio cheio de bobagens tipo Pretty Fly For a White Guy e Why DOn´t you get a job que foram ultra sucessos mundiais.

Aí foi aquela coisa, milhares de fãs da noite pro dia que nunca tinham ouvido Come Out and Play, Bad Habit ou até mesmo Self ESteem, e o pior, achavam que Offspring era essa bobagem alegrinha de “Uno, dos, tres, cuatro, cinco, cinco, seis”

Desisti! Larguei pra lá. Nunca mais procurei nada. Ignorei. Liguei o foda-se!

Duzentos anos depois, num certo Pop Rock Brasil, em Belo Horizonte, anunciaram Offspring como atração principal.

Fiquei curioso! Pensei, será que rola?

O problema era que, mesmo sem acompanhar nada da banda, o fato dela tocar num festival tão idiota quanto Pop Rock Brasil já não precisava dizer mais nada. Resolvi não ir.

De forma saudosista, olhei o setlist tocado e até vi que tinham músicas interessantes, claro! Mas não tive estômago para assistir NX Zero enquanto esperava o show principal. Ignorei.

Hoje, outros duzentos anos depois, ao passar pelo Chevrolet Hall, também em BH, vi um cartaz “The Offspring, 5 de fevereiro”.

Pensei, não estou fazendo naaada, quem sabe não rola uma nostalgia? E quem sabe não rola “Bad Habit”?

Vou conferir!

Kindergarten

maio 7, 2009

Estes dias recebi, em maais um destes testes, um que avalia a personalidade da pessoa de acordo com a organização do quarto.

Teste do Quarto

Porém, achei as opções muito fracas e subjetivas, foi então que, navegando na internet, achei um quarto especial e pensei:

-Será este o quarto da Besta ou do Salvador?

Música – R.E.M no R.I.O

novembro 9, 2008

Quem nunca curtiu REM que atire a primeira pedra! E a banda está de volta ao Brasil para algumas apresentações. Eles tocaram no Rio de Janeiro dia 8 de novembro, logo depois de também tocarem por lá Maroon 5 e Offspring. Porque então não seguiram a filinha e vieram a BH?? Deixa quieto…

Parece que o show foi muito legal, cheio daqueles super clássicos e daquelas farofas maravilhosas, que ninguém mais aguenta e que só são ouvíveis na voz dos originais.

Achei este video na internet que capta um momento eufórico do show. Com destaque para quando a gordinha vira a câmera para si e também no povo alisando a careca do Stipe.

 

REM – The One I Love

Música – Pop Rock Brasil 2008 – 25 anos

novembro 9, 2008

poprock2

Quando eu completei lá pelos meus 5, 6 anos de Pop Rock Brasil, já tinha uma certa idade nas costas e causava um alvoroço em casa quando dizia que estava indo pro show. O pessoal criticava dizendo que eu estava muito velho praquilo mas eu não ligava. O meu amor à música é incondicional e atemporal. Pretendo com meus 100 anos (amém) continuar frequentando os shows que possam existir na época. Mas o fato é que o próprio Pop Rock começou a desmoronar e então eu me prometi: “vou completar 10 anos!“. Infelizmente a história foi um pouquinho diferente e o festival ficou tão ruim que quebrei a promessa no 8o.

Em 1983, o Pop Rock Brasil se chamava apenas Rock Brasil e era um festival completamente diferente do que temos hoje. Tá certo que o Brasil e principalmente o cenário musical em Belo Horizonte estão diferentes mas mesmo assim a análise é válida. Não vivi esta época mas tenho relato de primos que dizem que os melhores shows que assistiram foram aí, a exemplo de Titãs, Barão Vermelho e Paralamas. O rock nacional estava agitado vivendo a glória do “Rock 80“.

Em 1994, só de ver as bandas que fizeram parte do ‘cast‘, percebe-se a preocupação do festival em promover a cena e firmar BH como cidade rock. Bandas como Raimundos, Chico Science, O Rappa e Virna Lisi, todas elas que estavam começando e não tinham estourado no cenário nacional, tocaram no Festival que comprovava seu pioneirismo e bom gosto.

Os anos de 1995 e 1996 passaram batido e não aconteceu o show. Talvez por crise, dificuldades financeiras, alta do dólar e do petróleo.. Eles tiveram que repensar na vida. Talvez o Rock Brasil não estivesse sendo lucrativo o suficiente. Então, em 1997, retomaram o projeto com algumas alterações. A começar pelo nome, virou POP ROCK BRASIL. Nesta primeira edição é possível perceber os novos conceitos por trás da festa e a lucratividade parece que passou a imperar. Eram dois dias de show (como de costume) mas o primeiro foi DIA DO AXÉ e o segundo DIA DO POP ROCK.

Dia do Axé???? Fala sério!!! Mas é verdade. Bandas como Cheiro de Amor, Daniela Mercury, Nepal e Pimenta Nativa tocaram neste ano. Este foi o meu primeiro Pop Rock e eu só fui no segundo dia, aonde tivemos Engenheiros do Hawai, Paralamas do Sucesso, Skank, Pato Fu e etc.

De lá pra cá foram muitos Pop Rock, muita festa, muito show, muita alegria e bons momentos. Me lembro de shows memoráveis como Cássia Eller, Planet Hemp, Sepultura (quem diria), Raimundos, Charlie Brown, Los Hermanos, Skank, Titâs, Capital Inicial, Ultraje a Rigor, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, O Rappa e até Angra.

 

Coleção de Ingressos

Coleção de Ingressos

O problema começou quando as bandas que tocavam começaram a se repetir. Parece que o cenário nacional estava em crise então eles escalavam sempre os mesmos artistas, afinal de contas não se mexe em time que está ganhando. Me lembro bem do Biquini Cavadão dizendo “hoje é o 10o Pop Rock que nós tocamos!!“. Credo! O pior é que nesse meio tempo o Biquini quase não lançou discos e então o seu show é sempre baseado nos clássicos de uma época que já foi. No primeiro ano você vê a banda tocando Vento Ventania, Zé Ninguém, Impossível, Timidez e acha legal pra caramba. Dez anos depois eles estão tocando as mesmas músicas na mesma ordem e querendo manter a emoção?? Ah, pára ô!

Outro que cansou foi o Capital Inicial. Depois que ressurgiram das trevas com o Acústico MTV fizeram uns 3 shows bons no Pop Rock, os outros 200 foram mais ou menos iguais. Com isso o festival foi cansando a paciência de quem era fiel. Não tinha novidades, era sempre a mesma coisa. Entrava uma banda diferente aqui, outra ali, mas o esqueleto sempre o mesmo. Engenheiros-Capital-Titãs; Engenheiros-Capital-Titãs; Engenheiros-Capital-Paralamas; Biquini-Capital-Paralamas; Biquini-Nenhum de Nós-Paralamas; Biquini-Pitty-Capital. E por aí vai…

De todas as edições que fui, aquela que lembro com mais saudade foi o Pop Rock de 1999 Tributo à Legião Urbana. Inesquecível. “Com vocês, abrindo o Pop Rock Brasil, Legião Urbana!!” Todo mundo fez um minuto de silêncio e pôs a mão no coração, de repente um video de Renato Russo sozinho tocando violão apareceu e a emoção foi forte. Além disso todas as bandas eram obrigadas a tocar uma música da Legião e vieram performances maravilhosas como Cidade Negra cantando Tempo Perdido, Lulu Santos (lendo a letra) cantou Índios, Wilson Sideral (até tú tatu) cantando Pais e Filhos, Raimundos tocou Fábrica, Pato Fu tocou Eu Sei, Capital, Biquini e Paralamas tocaram Que País É Este e a mais difícil de todas, Faroeste Caboclo, foi magistralmente executada por Tianastácia.

 

O melhor Pop Rock

O melhor Pop Rock

Neste ano o Tianastácia havia sido o ganhador do “COMBATE(*) da época” para tocar no Palco Principal e acabou emocionando a platéia. Eu já era fã da banda e estava ancioso pelo show. Já o grande público talvez conhecesse Cabrobró. A banda tinha (se não me engano) 30 min para tocar e eles não quiseram errar a mão, tocaram uns 3 de seus ‘sucessos’ e partiram pra homenagem mandando de Faroeste. Ainda sobrava tempo. O que viria? Nos shows próprios eles costumavam tocar Killing in The Name do Rage Against The Machine então os fans presentes pediram a música em côro. Mas para surpresa geral eles resolveram variar e tocaram Rage, como esperado, porém a música foi outra: Bulls On Parade. Eu podia ter morrido ali.

Fora o problema das atrações principais do Pop Rock outras coisas tiravam o brilho da festa. A cada ano o ingresso ficava mais caro. A maldita ‘área VIP‘ ficava cada vez maior (lá na frente do palco). O preço das bebidas lá dentro beirava o absurdo. E um belo ano trocaram os belos sanduíches engordurados de pernil pela franquia McDonald´s. Como se não bastasse, a idade do público que frequentava começou a cair vertiginosamente. Hoje a idade mínima deve ser 9 anos e na propaganda diz “Traga seu pai e sua mãe!“. As bandas finalmente foram alteradas (algumas continuam claro) e agora o lema é agradar o público teen.

Esta 25a edição do Pop Rock é um trunfo do marketing e da comunicação de massa voltada para a máxima lucratividade. Eu imagino que não é fácil manter um festival durante tantos anos mas quer saber, me inclua fora desta!

Um amigo (satanás em pele de cordeiro) veio me tentar: “Tenho duas cortesias de camarote com bebida liberada pro sábado de Pop Rock, bora??“. Ai ai ai… isso não se oferece. Pensei em ir para fazer uma análise fria, ácida e objetiva de tudo o quanto fosse podre que estivesse por ali mas ao ver as bandas desanimei e fui fiel ao meu ideal. As bandas eram: Jack Tequila, Manitu, Sideral, Código B, NX Zero, Jota Quest e Maroon 5. Intragáveis! Cada uma merecia um post próprio mas não vem ao caso. Vamos nos concentrar então na atração internacional: Maroon 5.

This love has taken its toll on me, she said goodbye, too many times before…“. Sabe como que chama isso? One hit wonder. É quando uma banda só tem uma música. Não conheço, não quero conhecer e tenho raiva de quem conhece as outras músicas deles. Tá bom, eu até ouvi por alto mas só reforçou a suspeita. Como uma grande one hit wonder band, aproveitaram para vir ao Brasil e ganhar uns trocados antes que a fase passe.

Já o show de domingo reserva uma doce e inacreditável surpresa que, este sim, merece um post próprio(**). The Offspring. A pergunta que vem é, “O Offspring caiu ou o Pop Rock melhorou?

E alguém ainda tem dúvida?

poprock

(*) Disputa entre bandas independentes para tocar no Pop Rock.

(**) Vou me esforçar para ouvir o show do Offspring pela rádio, pela internet ou depois no YouTube e aí sim escrevo a respeito.