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Música – Show Nação Zumbi e PLAP na UFMG

agosto 31, 2009

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Certa vez, há muitos anos atrás, fui num show do Pedro Luis e a Parede pelo aniversário da cidade de Mariana. A festa foi numa área gigantesca da rodoviária e curiosamente, neste mesmo dia, a outra banda a tocar seria a Nação Zumbi. Enquanto as expectativas estavam todas voltadas pros pernambucanos, o Plap acabou surpreendendo e fazendo uma boa apresentação. Não foi o caso de ontem.

Com um repertório baseado no último disco, o show ficou devendo pela absoluta falta de músicas conhecidas. Tudo bem!! Eu confesso. Conheço pouquíssimas músicas da banda mas uma Batalha Naval e Pena de Vida, se fossem tocadas, não iriam fazer mal a ninguém. As músicas novas não só não empolgaram pelo anonimato, quanto pela talvez… falta de suingue? Não sei. Só sei que não era a noite do Plap e as únicas músicas que arrancaram alguma reação positiva da platéia foram aquelas do repertório do Monobloco como Caio no Suingue e Um Real.

Depois veio a Nação Zumbi e a história foi outra, claro. Felizmente fiz o dever de casa e ouvi à exaustão os discos Futura (2005) e Fome de Tudo (2007), de onde saíram excelentes momentos da noite.

Desde que Chico Science morreu, a Nação Zumbi divide seu repertório entre as músicas da fase Chico com as atuais. Ao vivo, isso costuma representar uma mudança brusca de direção e nem sempre agradável, uma vez que as músicas antigas são mais animadas por natureza e contrastam com a psicodelia delirante, por vezes monótona, das novas.

Não é que as músicas sejam ruins, o problema é que quando toca algo de Chico a casa vem abaixo, o público acende e se enfurece,  em seguida a psicodelia volta e acalma tudo.

Como eu estava preparado para as novas músicas senti menos o efeito, mas ainda assim ele existiu, levando alguns até a comparar os dois shows e chamá-los de fraco. Não! Isso não! Não comparemos! Bastava que apenas uma música animada da Nação fosse tocada para superar toda a apresentação do Pedro Luis.

O repertório da fase Chico Science teve Rios, Pontes & Overdrives, A Praieira, O Cidadão do Mundo, Macô, Maracatu Atômico, Manguetown e Côco Dub.

Já da fase pós-Chico vieram Blunt of Judah, Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada, Mormaço, Hoje Amanhã e Depois, Bossa Nostra, Infeste, Inferno, Memorando e a explosiva Quando A Maré Encher.

Eu sei que é difícil transmitir a emoção de um show com um texto, justamente por isso, tentei captar alguns momentos para eternizar de forma mais consistente mais uma noite perfeita de música quântica.

Pra fechar com chave de ouro só faltou Da Lama Ao Caos de saideira, para todo mundo ir dormir feliz da vida. Mas tá bom, terminamos com Manguetown e aquela velha mensagem: “Esta noite sairei e vou beber com meus amigos, há!”